O Quinhentismo e o Barroco - TEXTO COM CONTEÚDO COMPLETO
O QUINHENTISMO E O BARROCO
O QUINHENTISMO
INTRODUÇÃO
O Quinhentismo foi o primeiro movimento literário no Brasil. Em relação
aos demais, sua importância é um tanto quanto menos expressiva na literatura,
por não apresentar nenhum escritor brasileiro; ou, ainda, nenhum
"escritor". Apesar disso, muitos dos maiores vestibulares do país
pedem que seus vestibulandos tenham conhecimento desta matéria. Além disso,
serve também como conhecimento geral para aqueles que gostam do assunto. O
movimento iniciou-se com o "ínicio" do Brasil, isto é, seu
descobrimento.Seu fim foi marcado pela publicação de Prosopopéia, de Gonçalves
de Magalhães, que já tinha algumas tendências barrocas.
Características do Quinhentismo :
Havia dois tipo: A
Literatura de Informação e a Literatura de Catequese.A Literatura de Informação
Baseava-se nos padrões estéticos medievais, entretanto, nas crônicas de viagem,
como também eram chamados os textos produzidos neste momento histórico, os
valores do classicismo são evidentes:as obras eram lidas principalmente na
Espanha e em Portugal, para satisfazer a curiosidade dos europeus sobre a Nova
Terra e, como não poderia deixar de ser, escritas por comerciantes, militares e
viajantes também europeus que, em sua maioria, desejavam enriquecer
facilmente.Nas obras era evidente a opinião do autor; sempre achando que a nova
colônia representava uma grande fonte de lucro para os cofres
portugueses.Registra o impacto da nova terra sobre o europeu descobridor ou
observador.Foi dividida em três classes: Prosa,
Poesia, Teatro.
Já a Literatura de Catequese é aquela que
marcou os primeiros anos de produção literária no Brasil, logo depois da
descoberta do país e do início da colonização portuguesa. Esse tipo de
literatura vigorou durante todo o período do Brasil Colônia com o objetivo de
catequizar os nativos brasileiros por meio das palavras dos padres jesuítas.Esse
tipo de produção literária
buscava preservar as conquistas portuguesas a partir da espiritualidade. O
propósito era trazer novas almas para a Igreja Católica.No Brasil, esse tipo de literatura passou a prevalecer a partir de
1549. Os textos tinham a missão de defender a fé católica.
AUTORES
Quinhentismo:
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
Nascido em 19
de Março de 1534 em Tenerife nas Ilhas Canárias , o futuro padre tinha como pais João López de Anchieta (natural de Urrestilla, bairro da localidade de Azpeitia, em Guipúscoa, País Basco) e Mência Diaz de Clavijo y Llarena, descendente
da nobreza canária.Tinha parentesco com o fundador da Companhia
de Jesus e depois se ingressou na mesma.
Anchieta viveu com a família até aos quatorze anos de
idade, quando se mudou para Coimbra, em Portugal, a fim de estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra. A ascendência judaica foi
determinante para que o enviassem para estudar em Portugal, uma vez que
na Espanha, à época, a Inquisição era mais
rigorosa. Ingressou na Companhia de Jesus em 1 de Maio de 1551 como noviço.
Tendo o padre Manuel
da Nóbrega, Provincial dos Jesuítas no Brasil, solicitado mais
braços para a atividade de evangelização do
Brasil o Provincial da Ordem, Simão
Rodrigues, indicou, entre outros, José de Anchieta. Desde jovem,
Anchieta padecia de tuberculose óssea, que
lhe causou uma escoliose,
agravada durante o noviciado na Companhia de Jesus. Este fato foi
determinante para que deixasse os estudos religiosos e viajasse para o Brasil.
Aportou em Salvador a
13 de Julho de 1553, com menos de 20 anos de idade.Anchieta ficou menos de três
meses em Salvador, partindo para a Capitania
de São Vicente no princípio de outubro, com o padre
jesuíta Leonardo Nunes, onde conheceria Manuel da Nóbrega e permaneceria
por doze anos. Escreveu a primeira gramática sobre uma língua do tronco
tupi: a "Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil",
que foi publicada em Coimbra em 1595.
No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, um colégio de jesuítas do qual foi regente, embrião da Cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de Janeiro de 1554, recebendo este nome por ser a data em que se comemora a conversão do Apóstolo São Paulo. Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o Batismo
No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, um colégio de jesuítas do qual foi regente, embrião da Cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de Janeiro de 1554, recebendo este nome por ser a data em que se comemora a conversão do Apóstolo São Paulo. Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o Batismo
Sabe-se que a data da fundação de São Paulo é o dia
25 de Janeiro por causa de uma carta de Anchieta aos seus superiores da
Companhia de Jesus, na qual diz:
“
|
A 25 de Janeiro
do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a
primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele
dedicamos nossa casa!
|
”
|
O
religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os indígenas,
como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam
não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos
Em 1566, foi enviado à Capitania
da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá do
andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de reforços
portugueses ao Rio de Janeiro. Por esta época, foi ordenado sacerdote aos 32
anos de idade.
Dirigiu
o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro por três anos, de 1570 a 1573. Em
1569, fundou a povoação de Reritiba (ou Iriritiba), atual Anchieta , no
Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no
Brasil, função que exerceu por dez anos, sendo substituído em 1587 a seu
próprio pedido. Retirou-se para Reritiba, mas teve ainda de dirigir o Colégio
do Jesuítas em Vitória, no Espírito
Santo. Em 1595, obteve dispensa dessas funções e conseguiu retirar-se
definitivamente para Reritiba onde veio a falecer, sendo sepultado em Vitória.
PERO VAZ DE CAMINHA
Supõe-se,
porém, que seu nascimento tenha ocorrido em 1450, pois não há documentos a
respeito de seu nascimento.Seria natural do Porto, uma cidade evidentemente
portuária, a noroeste da Península Ibérica, de grande importância entre os
séculos 13 e 16. Nela, Pero Vaz teria se criado durante maior parte de sua
vida.
Filho de Vasco
Fernandes Caminha, fidalgo e escrivão ligado aos empreendimentos ultramarinos,
deve ter sido educado pelo pai, que o orientou a seguir a mesma profissão que a
sua. A partir da análise da "Carta do Achamento do Brasil os estudiosos
presumem que Pero Vaz tivesse uma formação cultural sólida, de acordo com os
padrões da época, já que o texto demonstra erudição e estilo.
Caminha também foi eleito vereador em sua cidade, em 1497, com a missão de
redigir os capítulos da Câmara do Porto, uma espécie de constituição local a
ser apresentada à Corte, em Lisboa.
Caminha foi casado e pai de uma filha, Isabel de Caminha, que se
uniu a um certo Jorge Osório, homem violento que acabou condenado ao exílio na
África pela prática de assalto a mão armada. É por ele que o escrivão
intercede, ao final da célebre Carta, pedindo ao rei que lhe mande o genro de
volta a Portugal.
Nada mais se sabe sobre Pero Vaz de Caminha até sua nomeação para
o cargo de escrivão da armada de Cabral, aos cinquenta anos. Também não se
conhecem ao certo as circunstâncias em que ela ocorreu. Mas não há dúvida de
que o cargo revela prestígio e confiança junto à Corte portuguesa.
Caminha exerceu a função durante a viagem, mas devia depois
fixar-se na Índia, como escrivão da feitoria portuguesa em Calecute, que talvez
se tornasse um dos mais lucrativos entrepostos no Oriente. Nem isso aconteceu,
nem o escrivão da armada chegou a ocupar o cargo. Diante da hostilidade dos
habitantes de Calecute à sua frota, Cabral reagiu com grande violência. Invadiu
a cidade e massacrou sua população.
Os indianos enfrentaram os portugueses, matando vários deles,
entre os quais, o escrivão Pero Vaz de Caminha, que morreu em combate, em
dezembro de 1500
PRINCIPAIS OBRAS DO QUINHENTISMO
A
Carta A El-Rei D.Manuel - A Carta é exemplo do deslumbramento do
europeu diante do Novo Mundo.
Contudo, apresenta informações equivocadas.
Em princípio, Caminha pedia desculpas pela
Carta, a qual considerava "inferior". O escrevente documenta os
traços de terra e o momento de vista da terra (quando se avistou o Monte Pascoal, a
que deu-se o nome de Ilha
de Vera Cruz).
Os portugueses seguem até a praia, onde
acontece o primeiro contato com os índios, quando os portugueses praticam o
primeiro escambo com
os índios brasileiros. Menciona-se também o pau-brasil e
é narrada a Primeira Missa na nova terra.
Escrivão da frota de Pedro
Álvares Cabral, Caminha enviou a carta para o rei D.
Manuel I para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras.
Datada de Porto Seguro, no
dia 1 de Maio de 1500, foi levada a Portugal por Gaspar de Lemos,
comandante do navio de mantimentos da frota.
A Carta conservou-se inédita por mais de dois
séculos no Arquivo
Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Foi descoberta, em 1773 por José
de Seabra da Silva e publicada pelo historiador Manuel
Aires de Casal na sua Corografia Brasílica.
Em 2005, este documento foi inscrito no Programa
Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
A Arte de Gramática da Língua mais usada na costa do Brasil foi
escrita pelo padre José de Anchieta, da Companhia de Jesus, na segunda metade
do século XVI
Temos notícia de que, já em 1556, era usada
uma versão manuscrita desta Gramática no Colégio da Bahia. O livro acabou sendo
impresso apenas em 1595, dois anos antes de sua morte. Segundo a licença de
Agostinho Ribeiro, “serviria muito para melhor instrução dos catecúmenos e
aumento da nossa cristandade daquelas partes e para com mais facilidade e
suavidade se plantar e dilatar nelas nossa Santa Fé”.
Anchieta, que missionou no Brasil desde 1553,
notava (como seus contemporâneos) a grande semelhança da língua falada pelos
indígenas do litoral: os tupis. Em uma carta de 1584, ele observa que todos os
povos do litoral “têm uma mesma língua que é de grandíssimo bem para a sua
conversão”. Seriam assim povos cuja identidade estaria associada à língua
geral, como os jesuítas chamavam o “tupi universal” que inventaram. Ao lado da
inegável semelhança de todos os dialetos tupis, o agrupamento das diversas
“castas” resolveu-se na necessidade homogeneizadora que os primeiros
missionários viam para lidar com os grupos nativos. Tratava-se de entender para
transformar, compreender as culturas indígenas para substituí-las pelo
Evangelho. Os jesuítas, desde cedo, determinaram que a catequese, ou a
conquista das almas, seria mais facilmente realizada se usassem da língua dos
naturais. Assim, a Gramática da língua mais usada na costa do Brasil surge com
um instrumento da conversão do indígena.
Desta primeira edição, impressa em Coimbra
por Antonio de Mariz, são conhecidos doze exemplares. Este da Biblioteca
Mindlin foi comprado do livreiro Nico Israel, de Amsterdam. Na folha de rosto,
vemos o emblema da Companhia de Jesus cercado por uma faixa elíptica com os
dizeres "nomen domini tvrris fortissima". A frase é uma abreviação do
provérbio “Torre forte é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está
seguro” (Livro dos Provérbios 18:10).
O BARROCO
INTRODUÇÃO
O período conhecido como Barroco, ou Seiscentismo, é
constituído pelas primeiras manifestações literárias genuinamente brasileiras
ocorridas no Brasil Colônia, embora diretamente influenciadas pelo barroco
europeu, isto é, vindo das Metrópoles. O termo denomina genericamente todas as
manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da
literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.
As
principais características barrocas são:
·
Dualismo:
O Barroco é a arte do conflito, do contraste. Reflete a intensificação do bifrontismo (o
homem dividido entre a herança religiosa e mística medieval e o espírito
humanista, racionalista do Renascimento).
É a expressão do contraste entre as grandes forças reguladoras da existência
humana: fé x razão; corpo x alma; Deus x Diabo; vida x morte, etc. Esse
contraste será visível em toda a produção barroca, é frequente o jogo, o
contraste de imagens, de palavras e de conceitos. Mas o artista barroco não
deseja apenas expor os contrários, ele quer conciliá-los, integrá-los. Daí ser
frequente o uso de figuras de linguagem que buscam essa unidade, essa fusão.
·
Fugacidade: De acordo com a concepção barroca, no
mundo tudo é passageiro e instável, as pessoas, as coisas mudam, o mundo muda.
O autor barroco tem a consciência do caráter efêmero da existência.
·
Pessimismo:
Essa consciência da transitoriedade da vida conduz frequentemente à ideia de
morte, tida como a expressão máxima da fugacidade da vida. A incerteza da vida
e o medo da morte fazem da arte barroca uma arte pessimista, marcada por um
desencantamento com o próprio homem e com o mundo.
·
Feísmo: No Barroco encontramos uma atração por
cenas trágicas, por aspectos cruéis, dolorosos e grotescos. As imagens
frequentemente são deformadas pelo exagero de detalhes. Há nesse momento uma
ruptura com a harmonia, com o equilíbrio e a sobriedade clássica.
·
Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando
muitos recursos estilísticos, figuras de linguagem e sintaxe, hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos.
Além disso há
o sentimento Contrarreforma , o Tema
da Passagem do Tempo e o Cultismo e Conceptismo.
AUTORES PRINCIPAIS DO BARROCO
Gregório de Matos (1633-1696) Gregório de
Matos nasceu numa família abastada, é o maior nome da poesia barroca
brasileira. Não teve nenhum livro publicado em vida. Depois de sua morte,
os manuscritos encontrados
foram sendo publicados em diferentes coletâneas, sem nenhum rigor crítico. O
que chamamos de obra poética de Gregório de Matos é, na verdade, fruto de
pesquisas nessas coletâneas, o
que ainda deixa dúvida sobre a autenticidade de muitos textos que lhe são
atribuídos.
Em 27 de janeiro de 1668, representou a Bahia nas Cortes de Lisboa. Em
1672 o Senado da Câmara da
Bahia outorgou-lhe o cargo de procurador. A
20 de janeiro de 1674 foi novamente representante da Bahia nas cortes. Foi,
contudo, destituído do cargo de procurador.
Voltou ao Brasil em 1679, nomeado pelo arcebispo Gaspar
Barata de Mendonça, desembargador da
Relação Eclesiástica da Bahia. Em 1682, D. Pedro II, rei
de Portugal, nomeou Gregório de Matos como tesoureiro-mor da Sé, um ano depois de ter tomado ordens menores.
Em Portugal já ganhara a reputação de poeta satírico e improvisador.
Foi destituído dos cargos pelo novo
arcebispo, frei João
da Madre de Deus, por não querer usar batina nem
aceitar a imposição das ordens maiores, de forma a estar apto para as funções a
que tinha sido incumbido.
Começou então a satirizar os costumes do povo
de todas as classes sociais baianas (a que chamará "canalha
infernal") ou aos nobres (apelidados de "caramurus" ).
Desenvolve uma poesia corrosiva, erótica (quase
ou mesmo pornográfica),
apesar de também ter andado por caminhos mais líricos e mesmo sagrados.
Entretanto, as inimizades cresceram em
relação direta com os poemas que
vai criando. Em 1694, acusado por vários lados (principalmente por parte do
governador Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho) e
correndo o risco de ser assassinado, é deportado para Angola. A
condenação tida como mais leve é atribuída ao amigo e protetor D. João
de Lencastre, então governador da Bahia. Dizem que
Lencastre mantinha livro público no qual eram copiadas as poesias de Gregório.[4]
Como recompensa por ter ajudado o governo
local a combater uma conspiração militar,
recebeu a permissão de voltar ao Brasil, ainda que sem permissão de voltar à
Bahia. Morreu em Recife,
vitimado por uma febre contraída
em Angola
Suas poesias amorosas e religiosas, que
revelam influência do barroco espanhol, despertaram inicialmente a atenção da
crítica, mas hoje sua produção satírica, escrita em linguagem debochada e plena
de termos de baixo calão, também vem sendo valorizada por representar um
documento do ponto de vista sociológico e linguístico. Por suas críticas
ferinas à sociedade baiana, Gregório de Matos recebeu o apelido de "Boca
do Inferno".
Antônio
Vieira - Antônio Vieira ,Nascido
em lar humilde, na Rua do Cónego, freguesia da Sé, em Lisboa,
1608, foi o primogénito de quatro filhos
de Cristóvão Vieira Ravasco, de origem alentejana cuja
mãe era filha de uma mulata ou africana, e
de Maria de Azevedo, lisboeta.
António
Vieira chegou à Bahia, onde em 1619 seu pai passou a trabalhar
como escrivão no Tribunal da Relação da Bahia, o que motivou a vinda de toda a
família. Em 1614, iniciou os primeiros estudos no Colégio dos
Jesuítas de Salvador, onde, principiando com dificuldades, veio a
tornar-se um brilhante aluno.
Mudou-se para o Brasil em 1614, para assumir cargo de escrivão em Salvador,
na Bahia,
mandando vir a família em 1618.Antes, em 1609, veio seu pai, que começou a
trabalhar no Tribunal da Relação da Bahia também como escrivão. Vieira começou
na Companhia de Jesus em 1623, no ano seguinte fez votos de pobreza, obediência
e castidade. Em 1634 já era sacerdote.
Antônio Vieira voltou para Portugal em 1641 e
começou a carreira diplomática. Logo foi nomeado embaixador. Chegou a negociar
nos Países Baixos a questão da invasão holandesa no nordeste.
Foi um defensor dos indígenas, o padre era contra a
escravização e a exploração, sempre buscou evangelizar os índios. Defendia
ainda os judeus, que eram perseguidos para Inquisição. No Brasil novamente em
1652, continua pregando em favor dos índios e dá aulas de retórica em Olinda.
Diferentemente dos padres tradicionais, criticava a Inquisição e as atitudes
dos sacerdotes.
O autor seguia a tradição clássica, os
sermões dele sempre começam com uma citação da bíblia, que servia como base
para a tese explicitada. A oratória, assim como a argumentação, é muito
presente. Vieira também tentava se antecipar aos possíveis questionamentos que
seriam feitos aos seus argumentos, sem deixar possibilidade de objeção.
O padre acreditava que o uso de linguagem rebuscada
dificultava o entendimento dos sermões e que o importante era transmitir a
mensagem. Para ele, o discurso não precisava ser sofisticado demais e sem
conteúdo, buscava fazer com que o outro pensasse.
O escritor Domingos José Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia,
nasceu em Niterói (RJ), no ano de 1811. Estudou Medicina e filosofia,
concluindo seus estudos no ano de 1832. No mesmo ano, publicou a obras Poesias e viajou
para a Europa a fim de continuar estudando Medicina. Lá, toma conhecimentos dos
principais modelos literários românticos em voga. Em Paris, publica um
manifesto intitulado Discurso
sobre a Literatura no Brasil e funda a Niteroi, Revista Brasiliense em
parceria com os brasileiros Araújo Porto-Alegre e Torres Homem. Em 1836 (ainda
em Paris) publicou Suspiros
Poéticos e Saudades, considerada a primeira obra do movimento
romântico brasileiro.
Retorna ao Brasil no ano de 1837 onde exerce
a função de professor no colégio Pedro II e, posteriormente, atua como
secretário do militar Duque de Caxias no Maranhão e no Rio Grande do Sul, fato
que o encaminhou à função de diplomata, trabalhando em diversos países como
Paraguai, Estados Unidos, Áustria e Itália entre outros. Dedica os versos Confederação dos tamoios ao
imperador Dom Pedro II que lhe concede o título de Barão e Visconde de
Araguaia.
Faleceu em Roma no ano de 1882 e foi
escolhido como o patrono da cadeira de número nove da Academia Brasileira de
Letras por Carlos Magalhães de Azeredo.
Nascido Antônio Francisco Lisboa, Aleijadinho nasceu
em Vila Rica, atualmente Ouro Preto em Minas Gerais. Não se sabe muitas coisas
sobre sua vida, porém, de acordo com a maioria das biografias ele nasceu em
1738, era filho de uma escrava com um mestre-de-obras e escultor chamado Manuel
Francisco Lisboa. Foi por meio da profissão do pai que Aleijadinho, ainda na
infância, iniciou sua vida artística, aprendendo a entalhar e esculpir. Seu tio
Antônio Francisco Pombal, entalhador na cidade de Vila Rica, também contribuiu
para seu aprendizado.
No século XVIII as
construções religiosas ganhavam destaque na região de Minas Gerais e graças ao
ouro às construções ficaram cada vez mais majestosas. Nesse período Aleijadinho
começou a se salientar como escultor e projetista.
Em
função dos artistas daquela época não assinarem seus trabalhos, hoje a
identificação das obras de Aleijadinho é bastante dificultosa. Alguns
documentos como contratos e recibos dos trabalhos constatam a autoria de algumas
de suas obras. O estilo de Aleijadinho foi continuado e imitado por inúmeros
artistas da época. Sua obra mistura diversos estilos barrocos além de
concentrar um estilo bastante singular. É possível salientar algumas características do estilo de Aleijadinho como:
expressividade acentuada; queixo dividido; nariz proeminente, olhos amendoados
e pupilas planas; boca entreaberta; braços curtos; entre outros. Em torno dos 40 anos o artista começa a desenvolver
uma doença degenerativa, embora não se saiba com certeza qual a doença que
o debilitou muitos historiadores sugerem que tenha sido hanseníase.
Com
o passar do tempo foi perdendo os movimentos dos pés e das mãos. Mesmo sofrendo
com as limitações do corpo, continua trabalhando com a ajuda de um discípulo. Aleijadinho
pedia que amarrasse as ferramentas em seus punhos para conseguir trabalhar,
demonstrando grande paixão pelo trabalho.
Mesmo
sofrendo preconceitos em função da sua condição de mestiço, sua arte
e genialidade o consagraram como grande artista barroco brasileiro. Morreu
pobre e doente na cidade de Ouro Preto no dia 18 de novembro de 1814.
PRINCIPAIS
OBRAS
Prosopopeia é um poema épico escrito
por Bento
Teixeira e publicado em 1601 que narra aventuras da família
Albuquerque e é dedicado a Jorge d’Albuquerque Coelho, então governador
da Capitania
de Pernambuco. Apesar de poder ser considerado o marco
inicial do barroco
na literatura brasileira, seu valor artístico tem sido questionado
por vários críticos modernos.
A obra é composta de 94 estrofes, escritas em
estilo épico inspirado em Camões. No
prólogo, dirigido ao governador, o autor menciona que a obra seria um esboço de
um trabalho maior, que acabou por não ser escrito. Na história, Tritão e outras
divindades marinhas se reunem no Porto de Recife,
para ouvirem de Proteus a narrativa das glórias
passadas e futuras da família Albuquerque. Vários fatos históricos são
mencionados, como o Segundo Cerco de Diu e
a Batalha
de Alcácer-Quibir. Segundo Clóvis Monteiro, quase todas as
estrofes "lembram Camões apenas pela servilidade do discípulo ao
mestre..."
Em 1705, com quase 70 anos, de Botelho ,
a Musica do Parnasso – cujos versos circulavam em cópias
manuscritas, como acontecia com outros poetas contemporâneos – é publicado em
Lisboa
A obra é dedicada a D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, Duque de Cadaval. Trata-se de uma obra complexa, dividida em várias
partes, que faz uso constante de analogias e é escrita em quatro línguas (a
maior parte dela é em castelhano, mas contém também trechos em português,
italiano e latim). No prólogo ao leitor, o autor justifica essa escolha para
que se entenda que uma só Musa pode cantar com diversas vozes e para mostrar
“que tinha de toda a Poesia”. Diz ainda que se o leitor não estimasse a poesia
pela elegância do conceito, ao menos o faria pela multiplicidade das línguas.
Seu poema mais conhecido é dedicado À Ilha de Maré, que louva a terra e
descreve os muitos frutos do Brasil e a inveja que esses fariam às cidades
européias.
BIBLIOGRAFIA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_de_Matos -
Acessado em 16/03/2018
https://www.ebiografia.com/pero_vaz_de_caminha/
- Acessado em 20/03/2018
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Anchieta –
Acessado em 14/03/2018
https://www.infoescola.com/artes/aleijadinho/
- Acessado em 24/03/2018
https://www.ebiografia.com/manuel_botelho/ -
Acessado em 24/03/2018
https://www.bbm.usp.br/node/65 -
Acessado em 24/03/2018
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_informa%C3%A7%C3%A3o –
Acessado em 14/03/2018
http://www.clickestudante.com/literatura-de-catequese.html -
Acessado em 24/03/2018
PS: Aleijadinho foi incluído para agregação de seu conhecimento
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